domingo, 27 de março de 2011

Som das águas



Na beira da praia, quando fechar os olhos e abrir o coração, depois de muitas ondas quebrarem ao pé do teu ouvido, lança teu espírito à imensidão azul, sobrevoa o oceano com um sorriso, mergulha por inteiro na neblina e começará a ouvir o verdadeiro som das águas... Ele chega em silêncio, num sopro feminino, que te envolve suavemente e ecoa por dentro de ti...

sábado, 26 de março de 2011

Na aldeia das Sereias


Adentrando nesta aldeia, por detrás das brumas e mistérios, as Sereias se revelam.
Elas não chegam contando histórias nem criando lendas, apenas abrem as cortinas de fumaça deixando-se serem observadas e admiradas.
E, nestes poucos instantes quando permitem olhares estrangeiros, pronunciam alguns segredos que não são ditos ao pé do ouvido, mas estão inscritos em seus corpos e reverberam com as ondas até a beira da praia...


sexta-feira, 25 de março de 2011

...

"Dizem que tudo o que buscamos, também nos busca e, se ficamos quietos, o que buscamos nos encontrará.
É algo que leva muito tempo esperando por nós. Enquanto não chega, nada faças. Descança.
Já tu verás o que acontece enquanto isso."

Clarissa Pinkola

terça-feira, 22 de março de 2011

Dentro de nós...



"A grande realização de sábios, santos indianos e tibetanos que cultuam a Deusa é só possível porque ela já estava dentro deles, assim como ela está dentro de todos nós."
Thomas Ashley-Farrand

Lenda da Sereia Iara

Contam os  índios da região amazônica que Iara era uma excelente índia guerreira. Os irmãos tinham ciúmes dela, pois o pai a elogiava muito. Certo dia, os irmãos resolveram matar Iara. Porém, ela ouviu o plano e resolveu matar os irmãos, como forma de defesa. Após ter feito isso, Iara fugiu para as matas. Porém, o pai a perseguiu e conseguiu capturá-la. Como punição, Iara foi jogada no rio Solimões (região amazônica). Os peixes que ali estavam a salvaram e, como era noite de lua cheia, ela foi transformada numa linda sereia.

A palavra Iara é de origem indígena. Yara significa “aquela que mora na água”.

domingo, 20 de março de 2011

O gingado do mar


A Bailarina das águas nada como se dançasse num gingado sensual que balança as ondas e provoca o mar. Seus movimentos delicados e sinuosos criam um molejo que induz o nascer das ondas, e num tão sensível e provocativo gesto reverbera tamanha força que transborda nestas ondas deixando-as bravas e poderosas, refletindo o imensurável e indescritível poder feminino. A sereia dança e por isso o mar movimenta-se, obedecendo aos comandos e desejos femininos dessa mãe das águas.

Espiritualidade

A expressão da espiritualidade de um indivíduo é também a construção da espiritualidade do coletivo...

E este particular olhar sobre o mundo interior está também representado pela imagem das Sereias...

quinta-feira, 17 de março de 2011

...

           Se existe a tua Figura,
                    se és o Sentido do Mundo,
                    deixo-me, fujo por ti,
                    nunca mais quero ser minha !
 
                    (Mas, neste espelho, no fundo
                    desta fria luz marinha,
                    como dois baços peixes,
                    nadam meus olhos à minha procura ...
                    Ando  contigo --- e sozinha.
                    Vivo longe --- e acham-me aqui ...)
(...)
 
Cecília Meireles 

terça-feira, 15 de março de 2011

"O corpo torna-se mastro, quando concretiza as suas relações de ser humano e SER DIVINO, inteirando-se de que ele ocupa um espaço, ao mesmo tempo em que está muito além do que sua forma reproduz."

Graziela Rodrigues

"A personagem é fruto da pesquisa de campo, do co-habitar com a fonte e do que esta vivência despertou no próprio intérprete. No trabalho de laboratório, o corpo do bailarino-intérprete passa a assumir um corpo imaginário, 'como se não fosse o dele', gerando uma liberdade de expressão e uma permissidade na dança de experimentar a fala e o canto, sem a preocupação de responder a padrões convencionados."

Graziela Rodrigues

Dimensões complementares

"Esta é a dificuldade racional, aparentemente sem saída, com a qual se depara o ocidente há mais de dois milênios. Ela está bem aí, neste mal estar e na nossa impotência em admitir que o corpo dançante é um corpo pensante, que a vida deve ser entendida nas dimensões complementares, carnais e espirituais e que o espaço da consciência não está fora do corpo."

Jean-Marie Pradier

quinta-feira, 3 de março de 2011

Bailarina do Mar

 
 
Composição: Anna Luisa
 
Eu vou te contar
O segredo da bailarina que veio do mar
Ela é filha protegida de iemanjá
É sereia prisioneira do rabo de peixe
Que em noite de lua, vira pássaro e foge do mar

Ela só dança sobre pétalas de rosas brancas
Banhadas nas águas do sal
O seu vestido vai florido até lá no pé
E esconde o doce mistério do "pássaro-peixe" que vira mulher

Eu vou te contar
O segredo da bailarina que veio do mar
Ela é filha protegida de iemanjá
É sereia prisioneira do rabo de peixe
Que em noite de lua, vira pássaro e foge do mar

Desfila prosa
Que só quem é filha de rainha
Acima do bem e do mal
E vai gingando rodeada de sete tambores, sete vidas, sete cores
E a dama faz um carnaval

Eu vou te contar
O segredo da bailarina que veio do mar
Ela é filha protegida de Iemanjá
É sereia prisioneira do rabo de peixe
Que em noite de lua, vira pássaro e foge do mar

E quando canta, o seu canto é de partida
Pros braços da mãe adorada
Numa girada, feito coisa de feitiço
Bailarina vira flor e o menino devolve pras ondas do mar


Eu vou te contar
O segredo da bailarina que veio do mar
Ela é filha protegida de Iemanjá
É sereia prisioneira do rabo de peixe
Que em noite de lua, vira pássaro e foge do mar

Receptividade


Para receber algo é necessário antes de qualquer coisa doar-se. Nenhuma troca acontece com quem está fechado e não se entrega. Mais do que criar expectativas e questionamentos racionais, é preciso deixar-se experimentar... verdadeiramente.
Não há beleza no mundo que chegue aos olhos fechados e à alma silenciada.

quarta-feira, 2 de março de 2011

O Nascer das Sereias

Aos poucos as Sereias se revelam...
É preciso um processo de escuta, sensibilidade, atenção e paciência.
Não encontramos respostas e soluções...
Sentamos para ouvi-las e conhece-las.
Mais do que cria-las é necessário recebe-las
e deixar que o corpo seja instrumento de sua manifestação.
A dança materializa a Sereia, que em outras dimensões
não existiria aos olhos, somente ao coração.